Supremo Tribunal OKs produção de Viagra genérico, mais barato

OTTAWA — O mercado canadense de medicamentos genéricos para disfunção erétil foi aberto ao público quinta-feira depois que o Supremo Tribunal do Canadá invalidou a patente do Viagra detida pela gigante farmacêutica Pfizer.

Horas depois que a Teva Canada, a empresa canadense de medicamentos, ganhou seu recurso perante o Supremo Tribunal, ela publicou no seu site a notícia de sua própria versão genérica — o primeiro desafio comercial ao monopólio de 14 anos do Viagra da Pfizer.

O Supremo Tribunal, em uma decisão unânime de 7-0, anulou a patente do Viagra da Pfizer, dizendo que tentou “jogar” com o sistema canadense. O Supremo Tribunal apoiou o desafio da Teva Canada à legitimidade da patente, abrindo caminho para versões genéricas mais baratas.

A decisão tem grandes implicações para os usuários de medicamentos para disfunção erétil e para a indústria farmacêutica, pois permite que as empresas criem versões genéricas que normalmente são mais baratas para os consumidores.

Teva Canada não teve comentários imediatos, mas o seu site apresentou um aviso intitulado “Apresentando Novo-Sildenafil”, um produto que descreveu como sendo “uma alternativa genérica ao Viagra”

O aviso continha poucos outros detalhes, exceto para dizer que os produtos da empresa estão disponíveis por prescrição médica e que pacientes e clientes são encorajados a discutir suas opções com os profissionais de saúde.

“Os consumidores canadenses estarão economizando dinheiro com isso. Provavelmente haverá outros genéricos envolvidos em breve”, disse Richard Gold, um especialista em propriedade intelectual da Universidade McGill de Montreal.

A decisão elimina o domínio da Pfizer no mercado com o Viagra. Sua patente estava prevista para expirar em 2014.

Pfizer disse estar desapontado com a decisão.

“A Pfizer espera enfrentar a concorrência dos genéricos no Canadá em breve”, disse a empresa em um comunicado emitido pelo escritório de Nova York. “A Pfizer continuará a defender vigorosamente contra os desafios à sua propriedade intelectual”.

O caso também tem amplas implicações comerciais para a lei de patentes.

A Lei de Patentes dá a uma empresa um monopólio de 16 anos sobre um produto se ela puder provar que é uma nova invenção. Em troca, a empresa deve mostrar publicamente em sua aplicação como criou seu produto, para que outros possam copiá-lo mais tarde.

“A Pfizer ganhou um benefício da lei — direitos exclusivos de monopólio — enquanto retém a divulgação apesar de suas obrigações de divulgação de acordo com a lei”, escreveu o Ministro Louis LeBel em nome do tribunal.

“Como uma questão de política e interpretação legal sólida, os titulares de patentes não podem ser autorizados a ‘jogar’ o sistema desta forma. A meu ver, esta é a questão chave neste recurso.

“A Pfizer tinha as informações necessárias para revelar o composto útil e optou por não liberá-lo.”

Este caso ativou se a Pfizer deliberadamente frustrou a capacidade de Teva de copiar o composto químico chave da droga.

Teva contestou a validade da patente da Pfizer, alegando que ela não atendeu às exigências da lei de divulgação.

No seu pedido de patente original, a Pfizer listou um número surpreendente de compostos químicos, mas não especificou qual deles realmente funcionava — sildenafil.

Pfizer obteve a patente em 1998, após aplicar quatro anos antes. Ela foi contestada pela primeira vez pelo fabricante de medicamentos genéricos em 2007.

Teva questionou originalmente a patente da Pfizer no Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Apelação, mas perdeu em ambos os níveis.

A decisão envia uma forte mensagem aos futuros requerentes de patentes de que “jogando” o sistema não vai mais funcionar, disse Gold.

“Isto é particularmente importante na indústria farmacêutica, onde tanto as empresas de marca como as genéricas jogam jogos, desperdiçando recursos dos tribunais e colocando dinheiro em litígio, em vez de em pesquisa real”.

O ouro disse que nos últimos anos várias grandes empresas fecharam seus ramos de pesquisa e desenvolvimento na indústria farmacêutica canadense.

“Este é um bom dia para a lei de patentes canadense, para os tribunais canadenses e para os canadenses”, disse ele. “Com este sinal claro, o tribunal voltou a colocar o foco do sistema de patentes de volta na inovação e longe do jogo e da estratégia que só prejudica os canadenses”.

Em sua declaração, Pfizer disse que o processo de patentes estimula a inovação.

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